abrem-se as portas.
a 2, a 3 e a 4.
mas só da primeira e da última as pessoas saem.
a do meio fica alguns segundos aberta, parada.
de repente uma multidão de 6 velhinhas entra,
sedentas, se estapeando entre sacolas enormes da rua XV.
seus sapatinhos gastos
vão o mais rápido que os tocos rugosos
toscamente talhados pelo tempo permitem.
.
os óculos grossos e meio tortos focalizam os únicos 4 lugares livres no ônibus.
farfalha.
a de roxo usando moleca se senta no primeiro.
a de toca de reggae sem cores desaba no próximo,
quase quebra o osso da bacia.
a normalzinha senta ao lado de uma menina estranhinha.
a última olha para as amigas e pensa duramente
num pequeno espaço de tempo.
mas o peso da idade e das sacolas é maior que o da consciência.
as outras duas fizeram pole-dancing com a curva do passeio público.
terça-feira, 28 de abril de 2009
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